A importância da pesquisa de tendências para o mercado da moda

Trabalhar no varejo de moda desde cedo e logo depois entrar para a área de pesquisa de tendências me abriu uma série de possibilidades, inclusive entender as consequências de uma coleção comprada sem pesquisa adequada ou criada sem base.

Antes de publicar o e-book de Inverno 2022, eu tive uma experiência prática vendo uma empresária tentando criar uma coleção sem embasamento de pesquisa. Trabalho com pesquisa de moda desde 2010, sempre soube da importância do meu trabalho, mas nunca tinha visto os males que a falta dele causavam no dia a dia de um criador/comprador/dono de marca. 

Eu estava trabalhando nas estratégias de lançamento de uma coleção da marca, mas não conseguia tirar os olhos da quantidade de abas abertas no computador da dona da marca e em determinados momentos ela (que sabia da minha expertise com pesquisa) me chamava e mostrava uma série de imagens que tinha encontrado na internet aleatoriamente na busca de uma inspiração. No ano passado já tinha vivido algo assim vendo uma empresa comprar coleções aleatoriamente e depois buscando desesperadamente que as técnicas de visual merchandising fizerem milagre no pdv e evitassem a remarcação da coleção no final da temporada. 

É estranho pensar que vemos tantas aulas gratuitas e lives sobre a estratégia de vendas e marketing para empresas de moda, mas as marcas ainda insistem em iniciar coleções com pouca ou nenhuma estratégia de pesquisa e criação. O que poucos falam é que se não há estratégia na criação do produto, todo o restante do fluxo de lançamento e venda é um eterno apagar incêndios (na construção da campanha, no lançamento dela e na exposição no ponto de venda). 

Se a pesquisa de moda é o início de uma coleção, o visual merchandising na loja é a conclusão do processo. A partir dessa entrega temos dois caminhos:

- Coleção bem ajustada de acordo com as tendências, DNA da marca e público-alvo = exposição mais assertiva e giro rápido dentro do ponto de venda

- Coleção feita sem uma pesquisa especializada, muitas vezes atrasada por falta de direcionamento ou perda de timing (tempo desperdiçado tentando encontrar indícios de tendências sem ajuda especializada) = exposição complexa com potencial 

Eu já trabalhei com esses dois cenários e acho que é fácil descobrir qual deles vende sua coleção com preço cheio e termina a temporada sem remarcar metade da loja. O meu trabalho com pesquisa é fruto de tudo que eu já vi no varejo de moda como consultora de Visual Merchandising, não há estratégia de exposição e marketing que supere uma coleção mal construída.  

Depois dessa última experiência, vi que independente de criar do zero ou ser um comprador de moda, a etapa de pesquisa de moda é crucial para o desenvolvimento de coleções que fazem sentido no ponto de venda e para o cliente.  Resolvi que nunca mais ia me desfocar da minha área de atuação e resolvi entregar a campanha e voltar a focar nos conteúdos de moda e na pesquisa de tendências de forma mais estratégica. Era impossível ver aquelas cenas diariamente, ter as ferramentas pra ajudar um segmento inteiro do mercado da moda e seguir fazendo as mesmas coisas e apagando os mesmos incêndios nas etapas seguintes. 

E foi depois dessas duas vivencias intensas que nasceu o e-book de Tendências de Moda - Inverno 2021/2022, nele analiso o cenário mundial e como nasceram as tendências para o próximo inverno no hemisfério Sul. Nessa análise trago as principais semanas de moda do mundo e a confirmação de várias tendências com última semana de moda da temporada de Inverno 2021/2022, a Semana de Alta Costura de Paris, que foi encerrada com o desfile da Valentino no último mês.

Nesse primeiro material falo das tendências para o segmento de acessórios (óculos, cintos, brincos, colares e pulseiras), bolsas e calçados. 


Nas próximas semanas lançarei o E-book de Tendências de Moda para confecção feminina, aviso por aqui quando ele estiver disponível para compra.


 

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