Vizinho começa a escutar Young Folks e me transporta pra um dos melhores dias de quando eu vivia em São Paulo (enquanto escrevo esse texto tenho dificuldade de me concentrar porque o vizinho inventa de colocar a música final do filme argentino Medianeiras e me transporta pra outro domingo importante). Fiquei lavando a louça, escutando a música do vizinho e lembrando de outras tantas noites incríveis das quais não faço ideia de quais músicas tocavam, mas lembro das conversas que tive.
Lembro da segunda noite em Barcelona e da conversa que tive com um brasileiro que mora lá, ele me contava do que sentia saudades e do seu projeto de voltar a morar no interior de São Paulo. No dia escutei tudo com cuidado, eram 5 da manhã e estávamos sentados em frente ao Montjüic, e fiquei pensando se devia lembra-lo que tudo que ele me contara que viveu e que sentia saudade não voltaria nunca mais. Mesmo que ele se mudasse novamente para o mesmo lugar, nada seria como antes.
Ilustração: Reprodução Pinterest
Hoje lavando a louça e viajando sobre quantas vezes já tive essa conversa comigo, penso que o que eu mais queria que todos tivessem consciência quando falam que não voltaremos ao normal porque o normal era o problema, é justamente sobre a sensação de retorno das coisas. Nunca nada é como foi antes e tá tudo bem, ta ai a beleza dos momentos.
Eu jamais voltarei a noite em que dancei Young Folks como não houvesse amanhã, nem nas madrugadas caminhando e conversando em Barcelona, nem aos momentos que já vivi com meus amigos e familiares. E tá tudo bem, essa é principal razão de curtirmos o presente. Ele não vai voltar nunca mais, pelo menos não do jeito que imaginamos, nos resta aproveitar os momentos e criar novas lembranças porque vai passar :) Tudo passa.
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