Como é se hospedar em hostels na Europa

Tem menos de um ano que eu aderi a opção de ficar em hostel, a primeira experiência já foi de uma semana direto em Buenos Aires e preciso dizer que até me apeguei a cama de beliche do hostel (sério), mas não via a hora de não precisar tomar banho naquele hostel.




Depois passei um final de semana no Rio e também fiquei em hostel. E lógico, o que viabilizou minha viagem pra Europa em Julho, foram os preços bem mais amigáveis dos hostels. Na minha estada de 23 dias passei por 6 hostels:

Vintage Paris Gare du Nord - Paris


Imagem: Arquivo pessoal

Fiquei duas noites nesse hostel que fica há duas quadras de Montmatre e há poucas quadras da Gare Du Nord (estação de trem e metrô) no 9º Arrondisement. Também tem um mercado Franprix quase ao lado do hostel. As fotos que encontrei no site do hostel e no google são antigas, pelo que entendi as áreas comuns do hostel foram reformadas e estão bem mais bonitas do que nas fotos de divulgação.
O quarto era feminino e tinham apenas quatro camas, o banheiro era dentro do quarto. Hostel é uma loteria, na primeira noite cheguei exausta da viagem e a única colega do quarto era uma querida. Na segunda noite a querida foi embora e no lugar dela veio uma pata (rsrsrs sério, não pode ser normal alguém tomar banho em um box e molhar todo o chão do banheiro).
A minha sorte é que como fiquei só dois dias, o perrengue da roomate sem noção não seguiu adiante.
Sobre o hostel em si, como em toda a cidade, é legal tentar se esforçar e falar francês, mas nesse hostel achei um membro da equipe que falava português quando fui deixar a minha mala em um deposito. Aliás, esse hostel não cobra pra guardar a mala <3 E também no final do dia quando voltei pra tomar um banho e pegar a mala eles foram muito queridos e não deixaram eu pagar pelo aluguel da toalha.

Lição aprendida: Não importa o nível do quarto reservado (nesse caso: feminino, quatro camas, banheiro individual), se os colegas do quarto não forem legais a impressão que dá é que dividimos o quarto com umas 20 pessoas.

Safestay Passeig de Grácia - Barcelona


Imagem: arquivo pessoal


Um hostel enorme no coração da rua mais badalada e fashionista de Barcelona (e do lado da Casa Batló <3), com estação de metrô na frente, terraço com uma vista linda e uma programação de baladas todos os dias (a cada dia o hostel leva os hospedes em uma balada diferente de Barcelona).
Fiquei 9 noites nesse hostel e foi uma mistura de impressões porque dividi a minha estadia lá em duas reservas. Cheguei na quinta-feira e nessa primeira estadia fiquem em um quarto misto com 12 pessoas e banheiro compartilhado.
As camas desse quarto não tinham tomada individual, mas dei muita sorte e fiquei justo na cama ao lado das tomadas. Apesar de parecer muita gente pra um quarto, ele era grande, ventilado e silencioso e eu quase cogitei pedir pra ficar nele todas as noites da outra reserva. O banheiro tinha um chuveiro irritante e os espelhos pareciam ter sido pendurados por gigantes rsrs
O lado ruim desse hostel era o staff, salvo algumas exceções a maioria das pessoas da equipe eram mal humoradas e uma delas até hoje não entendi qual língua falava.
No final dos três dias de estada, o atendimento era tão ruim que eu cogitei cancelar a reserva e mudar de hostel. Mas como a próxima semana era a do meu curso, resolvi não tumultuar a minha própria vida mudando de hostel e de repente tendo que pagar mais e não ter um quarto tão confortável.
A segunda reserva era para um quarto misto com 8 camas e banheiro individual, como eu saia cedo e voltava a noite o quarto super me atendeu. Até que uma noite às 4 da madrugada a pessoa que dormia na cama de cima da minha começou a roncar muito, tentamos acordar ele mas logo depois o barulho voltou. Eu resolvi dormir com os fones de ouvido e a minha roomate marroquina que também estava bem irritada com o ronco pediu pra que os dois irmãos franceses que estavam no beliche ao lado colocassem o colchão dela no banheiro (sério) e ela dormiu lá o restante da noite.
O hostel tem um quarto com lockers pagos (daqueles que não é possível abrir quando quiser, a não ser que você pague novamente).

Lições aprendidas: Vale sempre o cálculo custo X benefício, eu viajei sozinha então um hostel com uma programação legal fez toda a diferença. Os quartos era bons, o hostel tinha cozinha e lavanderia e como era o lugar que eu ia ficar mais tempo, essas coisas fizeram eu me sentir mais em casa. Nesse calculo o atendimento do hostel ficou quase irrelevante.

5 Sins Chiado Hostel - Lisboa



Imagem: reprodução

Mais um hostel que guarda mala sem cobrar <3 E nesse além de guardar a mala, eu carreguei o celular e dei uma cochilada no sofá antes do check in rsrs  É o típico hostel com cara de casa, com uma equipe super querida e café da manhã gratuito.
Dei muita sorte em ficar com um quarto compartilhado só pra mim nas duas noites que estive lá. Mesmo no auge do verão, peguei dias frios e o edredom deles é perfeito! O quarto que eu fiquei tinha sacadinha e deu pra tomar um vinho verde e ver o movimento da rua. Aliás, escolhi esse hostel pela localização e super acertei. Era muito fácil transitar pela cidade e a estação Rossio ficava há poucas quadras.
A única coisas complicada era o banheiro misto, com dois boxes que ficavam um de frente pro outro e tornavam impossível um banho tranquilo (ficava tensa achando que uma segunda pessoa ia entrar).

Lições aprendidas: Passei frio em Barcelona por conta de um ar condicionado ligado no zero durante a noite e não havia nenhuma coberta nos quartos. Nesse hostel que era pequeno e intimista, esses pequenos detalhes são vistos e o edredom fez uma diferença enorme na minha estadia (e saúde). As vezes no meio de uma viagem longa é melhor ficar longe dos hostels badalados e separar um tempo pra descansar de verdade.

The 17 Hostel - Lagos


Imagem: Reprodução

Na hora de escolher qual hostel ficar na região do Algarve tive um pouco de dificuldade, as opções eram bem restritas, as diárias eram caras e o que eu mais gostei tinha um review péssimo (uma avaliação que falava em uma briga entre o dono e um hóspede). Demorei um tempo pra reservar e resolvi que ia ficar nesse com a avaliação ruim. E foi a melhor coisa que eu fiz!
Ele também tem cara de pousada e é super simples (bem cara de praia), não reservei um quarto feminino, mas só tinham meninas no que eu fiquei. Eram 4 camas com banheiro compartilhado (um misto por andar) e a única pessoa que vi da "equipe" era o próprio dono que é um querido.
Hostel de praia precisa ter uma boa segurança, afinal de contas ninguém leva passaporte e dinheiro pra areia. Deixei minhas coisas no armário e não tive nenhum problema nos três dias que passei lá.

Lição aprendida: Ler os reviews do hostel é importante, mas se o lugar tem só uma ou poucas avaliações ruins (e o lugar não tem muita oferta de hostels) vale a pena tentar. Mais uma vez dei sorte em não ter problema nenhum no hostel e achar o dono bem querido. Mas nesses casos também vale um pouco de cuidado, não sai nenhuma noite com o grupo do hotel (a avaliação ruim falava de uma briga pós saída).

Black Swan - Sevilha 


Imagem: Reprodução

Nessa altura da viagem eu sabia que estaria cansada, então reservei um hostel com mais conforto do que os iniciais (com base na minha pesquisa de hostels). A melhor recepção de todas, com um staff super querido e solicito. Tanto que eles tinham vários cartazes falando sobre a importância de usar o protetor solar na cidade e pasmem, disponibilizavam protetores na recepção para os hospedes usarem antes de sair <3
A cama desse hostel era a mais perfeita de todas (isso que foi um dos poucos que só tinha disponível a cama de cima do beliche), o beliche era feito de concreto ou cimento e cheio de prateleiras para colocar os pertences (além do locker).
Os banheiros eram compartilhados, cada andar tinha um grande banheiro separado para homens e mulheres. Apesar de ficarem fora do quarto,

Lição aprendida: Calcule o nível de cansaço em uma viagem longa, no final dela é importante tem uma boa cama pra dormir.

Generator - Madri




Pra escolher o hostel de Madri levei em consideração a localização, queria fica bem próxima a Gran Via (Madri foi a última cidade da minha viagem e a intensão era fazer mais compras do que nas outras cidades).
Tinha visto a rede Generator em várias cidades e achei o perfeito o design das áreas comuns, então resolvi que na última cidade do roteiro ia ficar nele.
A localização desse hostel é ótima, os banheiros ficam dentro do quarto e a sistemática funciona super bem. O quarto que fiquei tinha 8 camas (quarto beliches) e era um quarto misto, adorei que os lockers eram baús embaixo das camas e tinham um espaço ótimo.
Apesar do ótimo atendimento da recepção, o hotel é enorme e frio (a impressão que tive é que não é um hostel pra quem viaja sozinha e quer conhecer pessoas).

Lição aprendida: Grandes redes normalmente tem hostels super decorados e instagramaveis, nas fotos tudo parece maravilhoso e descolado mas as vezes esses espaços são blasé demais.

Dicas para se dar bem em ficando em hostel:

- Faça o roteiro da cidade antes de escolher o hostel. Eu costumo criar meus roteiros no Google Maps, depois vou colocando os hostels que gostei no mesmo mapa e vejo quais ficam mais próximos dos lugares que eu quero visitar ou que possuem fácil acesso a metro (só fico com essa opção se o custo de transporte da cidade for barato);
- Pesquise hostels que possuem lockers que caibam as malas, vi muita mochila daquelas de mochileiro jogadas nos quartos porque não cabiam nos lockers. E depois vi que hostels com baú abaixo das camas são os melhores;
- Procure hostels com cozinha se o orçamento com alimentação for apertado ou se você estiver visitando uma cidade cara (como Paris);




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